terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Consumo de energia tem ligação com aquecimento global


Mapa noturno registrado pela Nasa entre abril e outubro de 2012 mostra regiões iluminadas dos EUA (Foto: Divulgação/Nasa Earth Observatory/NOAA)O calor dissipado pelo consumo de energia em todo o mundo pode ser responsável pelo aumento de temperatura durante o inverno em regiões do hemisfério norte, notadamente na Ásia e na América do Norte, aponta um estudo publicado no site da "Nature Climate Change" neste domingo (27).

A elevação de temperatura estimada chega a cerca de 1º C, segundo a pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Estadual da Flórida e da Universidade da Califórnia, ambas nos Estados Unidos.
Projeto SAEMC contará com dados de 13 instituições de pesquisa da América do Sul na medição da qualidade do ar em quatro metrópoles do continente (Foto: Hans Thoursie / stock.xchng)
Apesar do consumo de eletricidade e de combustíveis fósseis por indústrias, prédios, casas, veículos e outras estruturas de grandes cidades ser distribuído pela superfície do planeta, e o calor dissipado equivaler a só 0,3% do total da energia levada para regiões mais remotas do planeta pela circulação atmosférica, este aquecimento produzido por humanos pode ter efeito na temperatura do ar a quilômetros de distância.
Foto tirada em 12 de julho e liberada pelo Greenpeace mostra seção no glaciar Petermann. Um pedaço gigantesco de gelo, de 260 quilômetros quadrados, se soltou da geleira na Groelândia.   (Foto: AFP)
Ao ser carregado pela circulação atmosférica, dizem os pesquisadores, o calor dissipado afeta regiões distantes dos grandes centros urbanos. "Nós identificamos impactos climáticos plausíveis causados pelo consumo de energia, usando um modelo de escala global", afirmam os cientistas no estudo.
A maior parte dos modelos que simulam mudanças climáticas ignora o consumo de energia e o calor dissipado por ele - o elo que provavelmente está faltando para explicar o aquecimento em certas regiões do planeta, segundo a pesquisa.

A estimativa se encaixa com medições de crescimento de temperatura na segunda metade do século 20 com relação a períodos anteriores, dizem os pesquisadores. O calor dissipado pode ter elevado a temperatura em até 1º C na Rússia e no norte da Ásia, e em 0,8º C nas pradarias do Canadá, de acordo com o modelo estudado.